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segunda-feira, 27 de abril de 2020

Níquel

Campos desbravados,
secos cântaros
que se deitam
por terra,
no desejo de ficar,
mas não conter, 
esterilizar 
o negro do açude 
que arde no arsénio conjugado de dor
e querendas sem fim,
morre o desejo no ermo
que não apraz
nem amplifica a libido que traz...
A tintura verde tinge o opiáceo 
dos dedos gretados que fingem mel...
O precário do teu beijo
entala-se num abrupto solário
de insatisfações que não brindam,
mas se ficam,
quedam-se juntas
num pó branco macabro,
insolúvel,
que brilha no solo quente,
ergonomias "restatórias"
de um tempo que não vocifera 
nem faz corte à foz...
só me resta o luto 
neste sapal de morte,
e de rochedos vãos...


 

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