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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Túnel

 Uma chuva de meteoritos

De pretéritos imperfeitos

Resguardados

Bolas de sabão infiltram o meu cotação!

Um túnel longo e estreito

Coloca lascívia ao medo,

Metáfora de um falo decadente!

Ao passar esse falo estreito pé ante pé

Um comboio passa 

Numa velocidade profana

Sem alma que lhe valha!

O instinto é flutuar face à morte!

Trémula encosto à parede

E apalpo o medo!

As 7 vidas já desperdiçadas,

Quantas contam mais neste braço de ferro

Com uma figura negra?

O acre esbate na janela do meu Eu

Sem serem 5 para as 4!

Tens 2 portas!

Qual escolhes?

A do purgatório é apetecível,

Mas enterra-te na hora?!

A do Paraíso não tem hora!

Mas talha-te o modelo 

Do pretérito mais que perfeito

E não tens que te preocupar com nada!

(o Dante deu os ponteiros do eterno enterro,

até a ignorância  lhe foge com o medo ...) 


imagem retirada na internet:



quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Adereços

 Adereços a enfeitar os dedos,

como anfitriões de palácios falassem!

escutas activas que nada fazem...

ajoelham-se para a trama que é real e não ficcionada ...

Uma tela invasiva...

O que é um parasita para um cenário bravo?

Um filme mudo escapa-te sem senão!

Corta-te o chão e o teu Mundo !

Precariedade de quem se acha dono

e nada tem para além de papel verde

em auto-combustão !

É o silogismo do Valha-me Deus perante a afronta!

A renegação dos sentidos 

quando não há vagens!

que amoleçam a queda numa auto-impune consideração!

imagem retirada na internet:



Narcissism

 O fumo esbate na janela!

um vidro onde não se revê 

o teu reflexo...

Está cheio de pegadas!...

Partes o vidro só com um soco!

Tal a ira que transparece num reflexo pouco operativo

de insana altivez num campo de trigo

gasto, seco, mas alto...

As crianças revêem-se em números,

como uma espiga que dá alimento ao vento!

O culto pela imagem prevalece como um vulcão sedento!

O que dizes ao Mar quando te traga num minuto?

As ondas não servem de Espelho monocular 

 ao teu espírito

obsessivo com veias de psicopatia

que lembra uma Nau com as velas rasgadas!

imagem retirada na internet:



 

Encontro

 Tenho um encontro marcado!

Mas não é materializado ou caçador

na geocêntrica alada 

num agasalho perdido...

a metafisica nem a história da ciência 

o alcançam!

Não é detalhado nuns fonemas ou ditongos quaisquer...

Não cabe no teu dialogo de aparências vãs...

que nada dizem, mas ofuscam a mente!

Tal como uma venda que colocas para não enxergar...

Porque ao abrires os olhos vês!

O véu do teatro caí

e a alavanca não distorce mais!


Para além do tempo e do espaço! 

Cada qual no seu galho!

há espaço suficiente neste vale!


imagem retirada na internet:



Mar de Ópio!

 Meu País!

Meu Portugal!

que te resta além do Mar?1

Submerges em odores de pó,

e travos de engano!

As redes de pesca são a pedofilia,

e amargura em fel na Culatra!

Etiquetas prontas para consumo 

estão dirigidas às crianças fora da lei!

Crianças deitadas no lixo,

prontas para serem apreciadas em forma de bolo

que o Lúcifer conquista!

Mordomia esta e vaga

de um país deitado ao Mar!

Onde os pupilos pedem socorro!

e mordem a armadilha

com coleiras enlaçadas 

em tons de Amarelo!


Vejo-te!  

E não és grande!

Não sais daqui se não me engano!



 

Autóctone

 A arma a sua colectividade!

Vozes-problema onde a questão se ausenta...

trilhos onde dão a casas- doce,

onde uma feiticeira se prepara 

para tragar as presas,

delicadas de pele rosada ...

pedras que enfeitam a calçada

mas nada dizem,

São esquemas,

agarrados ao dinheiro

na causa-problema...

Repulsa

 Há vozes que causam repulsa,

são alarmes da manhã interior para o que se revê !

Desde a infância

uma audição apurada,

em que algumas vozes se mascaram 

de suave, mas são infiéis ao ditado!

são terroríficas no seu achado! 

macabras no ser e na disposição de estar

sem ser...

São distintivas e taxativas...

são as vozes do pecado!

Vocábulos que saem da faringe

onde se distingue a carne,

pode ser sedenta ou a morte certa!

São repulsivas e frigoríficas ,

induzem o vómito

e enjoos fora do horário nobre!

Posso estar rodeada,

 acompanhada, de mão dada!

mas distingo-as de entre a populaça !

Tenho que fugir dos protagonistas, 

de um filme mal ornamentado,

onde as facas são os seus senhores!

Encosto-me no chão ou dou de choque 

com uma parede para interromper o vómito

ou a sua persuasão!  


 

sábado, 24 de outubro de 2020

A morte

 Ao longo da vida sempre dei de caras com ela!

Sempre a reconheci entre rostos

e alturas!

Por vezes puxa-me como um cordão!

Com um simples abanão,

faz perder a razão!

Mas sempre consegui desatar-me dos 

 nós!

Detectei-a uma vez no metro

a fazer uma reza estranha noutra língua!

Fez-me suar desalmadamente! 

O coração bateu em 4 linhas!

Nesse dia supliquei baixinho pela vida!

Nunca me hei-de esquecer !

quase chorei naquele carris de metro,

com uma multidão,

Mas sozinha!

 Supliquei pela vida!

Por dentro senti o futuro a fugir-me das mãos!

A vida não me pertence sequer!

Quanto mais a cama 

ou chão onde piso!


imagem retirada da internet:




quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Voz

 A voz constrói a identidade de alguns

De outros não,

São banidos desse direito!

Há vozes que me induzem o vômito!

Activam a campainha orgânica da fuga!

Basta ouvi—las para o subconsciente dar o alarme:

"Não vás por aí!"

Tornaram—se apelos terroristas no sentir e no estar!

Aversativas na atuação de um social oco e extraviado...

Símbolos de vidas penhoradas!

Posso estar separada por um muro

Ou numa jaula

Mas vou sempre distanciar—me das pessoas dessas vozes...

Só sigo uma! Essa recebe—me de braços abertos!!!

Parâmetros

 Nunca apreciei delimitações...

Aqui não há patriotismos cativantes, é tudo um clichê....

Só se ditam pelo dinheiro e por aparências

Miscelâneas...

Oram por estatutos e por orgulhos extrapolativos...

Lembro—me num acto de revolta à mesa na hora de refeição dizer aos meus pais que tinha vergonha do meu país!

E gritava aqui tudo é desigual, e o trato prima pela exclusão e divisão, 

Até na escolinha a professora dividia a sala em grupos:

Havia os preferidos e os ranhosos..

Eu fazia sempre parte dos detestáveis ,

Uma mulher fascista  no trato e nas emoções!

Tinha lhe tanto temor ! A voz dela era já um estímulo fobico e repugnante!

Que vomitei—lhe tudo num momento...

Ficou a cheirar a peixe logo no começo da manhã...

Os seus gritos eram perfurantes e agonizantes

Uma fulana Insuportável!

Aqui sobe—se a escada do sucesso aparente

Com armas desiguais,

Refratário na atribuição de sucessos..

Cobiças e façanhas de farelos falsos

Para encher o papo das galinhas mas que se engasgam

Com a falsa fartura...

A Pátria aqui não se faz pela paixão mas pela extrapolação...

Aqui tudo está vendido ao dinheiro,

Até os sentimentos.... Não são mais genuínos,

Estão comprados!



terça-feira, 20 de outubro de 2020

Ponte Murada

 

Com muros a esbater-lhe na alma!

Uma agonia vaza,

Temperamental mas condimentada,

Invitrescível mas achada,

Confortada pelas mãos que amparam

E não julgam!


imagem retirada na internet:



Ponte Saint Bénézet, sobre o rio Ródano | Avignon, França

Inês de Castro

 

Os extremos

 Nunca gostei de exageros,

os extremos não enriquecem 

ninguém, 

perde-se conhecimento 

e ética!

Os opostos emancipam os ódios latentes!

como uma fogueira

junto a um oleoduto frustrado e atávico...

São momentos catárticos da historia,

apanágios de dores

e amarras de um super-ego tirano e dissipador!

O alter-ego repõe a ordem

e marca a hora!


imagens retiradas na net:







Tibete

Pergunto-me interiormente o porquê da tirania
contra os que não oferecem resistência,
nem proclamam a violência?!
Monges presos só por não corresponderem a um regime
tal como eu!
Os princípios estão escritos,
tem mais tempo que qualquer principiado 
autocrático e são para serem respeitados!
Há limites para tudo neste mundo!
É uma revolta retrospectiva que tem que brotar para fora!
Pede-se o silêncio, tortura-se uma alma
e prega-se a indignidade aos 4 ventos!
como se fosse uma compra 
ou investimento tributário,
no entanto esse ser individualizado tem alma
e deve-se ser respeitado!

 


 

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Castro

 Inês a doce

Sólida e lânguida

Como uma pedra tubular

Entregou-se à espada

Com agonia e pranto,

O preço a pagar pelo encanto!


A paixão foi um prelúdio

À dor e má sorte!

sábado, 17 de outubro de 2020

Bóia de Salvação

 Jesus Cristo é como uma boiá de salvamento

O meu socorro e livramento!

a luz na tempestade

e no firmamento!

é retaguarda firme

que suporta e não magoa !


imagem retirada na net:




sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Impugnar

Não tenho rodeios na verdade...

Não mais que ela..

Pode ser invocada numa metáfora...

numa parábola

ou num olhar...

mas não é recolhida em véu...

Serei sempre detestada por isso...

Já me conformei...

mas é ela que chega na hora

em forma de tempestade

ou no conforto de uma maré rebelde

que não quer ficar...


imagem retirada na net


 Art by Bryce Cameron Liston

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Assistência tubular

O que dizer da Cultura?!

ESTÁ gasta meus senhores!

Ridicularizada até!

Fantasiada em ermos escondidos de vocábulos gastos 

E sumptuosos,

Banhada na ignorância!

Clemente aos organismos 

"Anti-fluviais" e enxovalhada

Em esquemas banais!

Falida nas apostas nacionais!

Estas bajulam a ferocidade de ideais

Não magnânimos, mas ultrajantes,

Anti utópicos usuais nos neologismos desbotados,

Dantesca na informalidade crepitante!


Imagem retirada da internet

                                                        Venus And Tannhauser by Lawrence Koe, 1896


terça-feira, 13 de outubro de 2020

Conflito

 É um antagonismo aberto entre dois elementos que podem ser individuais e coletivos, onde abundam interesses incompatíveis, podem ser relativos à gestão de bens ou dentro de uma empresa (numa coletividade, como por exemplo no sindicato). Podem existir conflitos entre categorias de indivíduos de estatutos e funções diferentes.

A estes designam-se por conflitos sociais (disputas coletivas de foro económico), podem ser intensos ou violentos na sua autêntica variedade. Ocorrem na decorrência de um conflito, em que um dos elementos propõe de forma não pacifica a sua “jurisdição” (apelação) face à resistência de outro.

O conflito está registado na sociedade e nas contrariedades das relações de produção. Os conflitos na sociedade são baseados essencialmente nos conflitos de classes, condicionados pela categoria de propriedade ou antagónica carga produtiva que conduzem irremediavelmente às revoluções, dando-se as mutações económicas, políticas e sociais. Com a ascendência do capitalismo deu-se um “enclave” entre o controlo dos meios produtivos e da propriedade.

A agregação dos meios de produção sempre consistiu no “mote” necessário e evidente para se dar os conflitos de classes, onde existem factualmente e “magistralmente” sobreposição de interesses e das suas consequentes oposições nos grupos.

O conflito desmedido fecunda-se na falta de solidariedade social, nas crise
s que se gerem na resistência à mudança social, em que a cooperação foi anulada pela concorrência, pela falácia consecutiva das supostas regras coletivas.

No âmbito empresarial, o conflito é a negociação por outras ações, podendo ser motivado pela mudança social, (onde se dá o “palco” das regras institucionais (o chamado “jogo fixo”), e no caso destas serem transgredidas (“ o jogo deslizante”)). Estes são o “ponto de partida” para modificar as relações de força na sociedade.


Confiteor

 Num apanágio singular

o martírio cobre-se de odes

"anti-Dários " e encharcadas

em antagonismos macedónicos

cobertas em apetrechos 

coloniais e em alfazemas em flor ...

 

imagem retirada da internet:

imagem retirada na internet

 

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Sonho Gustativo

 No encosto num "sarao" 

de angústia e percevejos...

Vem me à memória o mesmo sonho de sempre...

o contínuo ao longo da faixa etária!

Aquele que surge numa tela permanente

e espreita onde a vista não alcança...

o infortúnio de uns degraus gastos que tocam no Céu!

Uma menina toca numa linha de água!

Em pequena sempre quis morar

perto do mar!

Agora a visão está ilustrada no real

e faz dela parapeito...

Mais perto que nunca,

o mar que lhe é próximo

celebra com a sua chegada,

é só esticar a mão

e tocar-lhe na entrada! 


Imagem retirada na internet: