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sábado, 24 de outubro de 2020

A morte

 Ao longo da vida sempre dei de caras com ela!

Sempre a reconheci entre rostos

e alturas!

Por vezes puxa-me como um cordão!

Com um simples abanão,

faz perder a razão!

Mas sempre consegui desatar-me dos 

 nós!

Detectei-a uma vez no metro

a fazer uma reza estranha noutra língua!

Fez-me suar desalmadamente! 

O coração bateu em 4 linhas!

Nesse dia supliquei baixinho pela vida!

Nunca me hei-de esquecer !

quase chorei naquele carris de metro,

com uma multidão,

Mas sozinha!

 Supliquei pela vida!

Por dentro senti o futuro a fugir-me das mãos!

A vida não me pertence sequer!

Quanto mais a cama 

ou chão onde piso!


imagem retirada da internet:




quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Voz

 A voz constrói a identidade de alguns

De outros não,

São banidos desse direito!

Há vozes que me induzem o vômito!

Activam a campainha orgânica da fuga!

Basta ouvi—las para o subconsciente dar o alarme:

"Não vás por aí!"

Tornaram—se apelos terroristas no sentir e no estar!

Aversativas na atuação de um social oco e extraviado...

Símbolos de vidas penhoradas!

Posso estar separada por um muro

Ou numa jaula

Mas vou sempre distanciar—me das pessoas dessas vozes...

Só sigo uma! Essa recebe—me de braços abertos!!!

Parâmetros

 Nunca apreciei delimitações...

Aqui não há patriotismos cativantes, é tudo um clichê....

Só se ditam pelo dinheiro e por aparências

Miscelâneas...

Oram por estatutos e por orgulhos extrapolativos...

Lembro—me num acto de revolta à mesa na hora de refeição dizer aos meus pais que tinha vergonha do meu país!

E gritava aqui tudo é desigual, e o trato prima pela exclusão e divisão, 

Até na escolinha a professora dividia a sala em grupos:

Havia os preferidos e os ranhosos..

Eu fazia sempre parte dos detestáveis ,

Uma mulher fascista  no trato e nas emoções!

Tinha lhe tanto temor ! A voz dela era já um estímulo fobico e repugnante!

Que vomitei—lhe tudo num momento...

Ficou a cheirar a peixe logo no começo da manhã...

Os seus gritos eram perfurantes e agonizantes

Uma fulana Insuportável!

Aqui sobe—se a escada do sucesso aparente

Com armas desiguais,

Refratário na atribuição de sucessos..

Cobiças e façanhas de farelos falsos

Para encher o papo das galinhas mas que se engasgam

Com a falsa fartura...

A Pátria aqui não se faz pela paixão mas pela extrapolação...

Aqui tudo está vendido ao dinheiro,

Até os sentimentos.... Não são mais genuínos,

Estão comprados!



terça-feira, 20 de outubro de 2020

Ponte Murada

 

Com muros a esbater-lhe na alma!

Uma agonia vaza,

Temperamental mas condimentada,

Invitrescível mas achada,

Confortada pelas mãos que amparam

E não julgam!


imagem retirada na internet:



Ponte Saint Bénézet, sobre o rio Ródano | Avignon, França

Inês de Castro

 

Os extremos

 Nunca gostei de exageros,

os extremos não enriquecem 

ninguém, 

perde-se conhecimento 

e ética!

Os opostos emancipam os ódios latentes!

como uma fogueira

junto a um oleoduto frustrado e atávico...

São momentos catárticos da historia,

apanágios de dores

e amarras de um super-ego tirano e dissipador!

O alter-ego repõe a ordem

e marca a hora!


imagens retiradas na net:







Tibete

Pergunto-me interiormente o porquê da tirania
contra os que não oferecem resistência,
nem proclamam a violência?!
Monges presos só por não corresponderem a um regime
tal como eu!
Os princípios estão escritos,
tem mais tempo que qualquer principiado 
autocrático e são para serem respeitados!
Há limites para tudo neste mundo!
É uma revolta retrospectiva que tem que brotar para fora!
Pede-se o silêncio, tortura-se uma alma
e prega-se a indignidade aos 4 ventos!
como se fosse uma compra 
ou investimento tributário,
no entanto esse ser individualizado tem alma
e deve-se ser respeitado!