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quinta-feira, 3 de junho de 2021

tráfico do sangue

 Pesadelos...

São meus companheiros de noite...

a preto e branco,

a cor extorquida 

em embates sonoros 

e fins destemperados...

Estou a assistir um desfile de moda

num centro comercial...

até que vou parar a uma maca imobilizada...

Três homens fitam-me

como se fossem tragar-me!

Perfuram-me ambos os braços ...

A tomada de consciência aos poucos....

percebo que querem o meu sangue...

Esse precioso 

que dá vida ao corpo!

Grito-lhes:

"eu tenho SIDA !"

(mentira)

Seria a única forma de lhes travar o gosto??

R: Não !

Continuam esses monstros!
Atravesso paredes como fuga
e vou acabar na cama 
infantil do quarto das cores,
onde o relógio da menina com os patinhos 
dá horas certas...
São 10 horas????!!! (não sei distinguir!)
Acordo abruptamente
E suspiro...
 Finde o  sofrimento nocturno!
A noite! Essa problemática...
Faz-me suar em desespero ...
Gritos mudos 
com purpurina, 

isentos de luz ou de recolhimento...


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terça-feira, 1 de junho de 2021

Ida ao Hades


Se Deus te desse uma oportunidade

De ir ao hades

Numa viagem de ida e volta

Quem reencontrarias?

Ou quem trazias para a luz?

Um verdadeiro amor

Dizimado por Lucifer???

Ou uma alma cativa

Dos grilhões da morte,

Servos da noite e das trevas???

Conseguirías libertá —lo

Do poder imundo

Irascível e sagaz...

Onde pernoitam

Os fantasmas

E as mágoas

Em lilás???!!!


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domingo, 30 de maio de 2021

Tortuga

 Vivo em Tortuga!

Pirateando areias selvagens...

Elogios movediços

E passagens secretas

De voos estilizados!

Nos sonhos dos "não pesadelos"

Ganho asas e voo

Tal como a garça

Que emigra para norte

Na fuga da morte!


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Código de barras humano

 Ainda hoje me lembro

Da expressão seca de uma pessoa íntima:

"Tudo tem um preço,

Até supostos amigos

E familiares!"

Tal entoação prometia um enxergar

De "olhos" ou talvez um acordar 

Da realidade

Concebida por alguém que não deseja mal....

Visto que a destinatária

Inocente e mais pura

Ficou um pouco escandalizada

Com a intervenção seca e pouco contextualizada

Na conversação!

Ainda hoje fico triste

Face à capitalização

De afectos e sentimentos....


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terça-feira, 25 de maio de 2021

Meduse

 Intrusiva, 

Inusitada causa,

Transparente

Essência onde te demoras...

Recordações em jaula,

Prefácios de alma...

Flamejam 

No oitavo acorde de uma orquestra

Sem nome.


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quinta-feira, 8 de abril de 2021

Celestial

 Naus de anjos

Perfuram as ondas

Em emboscada de almas,

Mensageiros leais do seu amo

Traçam Missões impossíveis

Combatem com zelo

Contra as potestades

E os seres caídos

Acorrentados pela carne

E pelo ópio dormente 

Que estala entre as frestas

De bosques rancorosos com medo...


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sábado, 27 de março de 2021

Seta de orgulho

 

As aparências ofuscam as praças onde a população se exalta e se devora...

O guindaste aprova, e a chaminé calculista envelhece.

A primeira hora reitera na chegada…

A reserva desbota-se num bolor que 

ultrapassa…

Na parelha a trova perfilha,

A teima reprova,

O cuco dá horas!

A camioneta febril desacelera.

O justo desaponta quando a parelha tenciona…

Na jaula o pai indica a mudança de um clima não domável!

A coleção de setas na montra recorda uma acidez de mercúrio “coagitante “ em 

mordomia.

A poltrona já gasta seduz, a caldeira aquece e a telefonia afónica leva os 

resquícios de mais um dia. A caixa de fósforos já húmida pela geada de nada serve para 

aquecer a alma, poupada de encantos e de cenários abrasivos que enfraquecem a pele e 

surtam nas mãos como uma lesma pegajosa de cores indiferentes e platônicas.

Um feixe de palha fica a monte na falésia Redonda, onde a mula da Dona 

Cristina se aquece e pernoita. 

Uma mosca estranha marcha ao vapor das intrigas da 

populaça, encoberta em sons agudos mortificados, como preceitos de instrumentalismo se 

vagos, que dão origem a um quociente amargo … 

A luz torna-se queixume e relíquia de toucador, os vagalumes reiteram o voo, 

em ínfima instância xilóide e primaveril. 

As arcadas vestem-se de negro e acompanham 

a sua serenata de luzes verdes, pontos achados na escuridão sombria… 

As flores em 

cadeia ressuscitam e trazem pano novo para o piso calejado pelo tempo, as pegadas 

gritam fortuna numa orquestra sinfônica onde se estica o pranto.

Entre o carvalho e a acácia o diabo regurgita na sua ode solitária, numa jaula 

ocular de temores e de tirania ideológica, que suga, imobiliza e entorpece quem passa.

Rapta o fogo numa porta aberta e semeia-o pelo vento como apanágio de rancores não 

filtrados, mas imortalizados numa melodia perdida. 

Gritos decoram a sua tela de 

amargura, a sua textura e cor lembram o azedo do seu olhar profano, remetido em 

fendas que ultrapassam o chão e o consciente mundano.

O ódio sentido é ultrajante, sem caracterização possível ou palavras que lhe 

valham a descrição, não cabe nos variados pronomes e adjetivos de um dicionário lírico 

normal, a tortura do seu comportamento é um promontório mesclado de agonia que 

furta o “Eu” de quem tem mais mania e auto-sincronia…


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