As aparências ofuscam as praças onde a população se exalta e se devora...
O guindaste aprova, e a chaminé calculista envelhece.
A primeira hora reitera na chegada…
A reserva desbota-se num bolor que
ultrapassa…
Na parelha a trova perfilha,
A teima reprova,
O cuco dá horas!
A camioneta febril desacelera.
O justo desaponta quando a parelha tenciona…
Na jaula o pai indica a mudança de um clima não domável!
A coleção de setas na montra recorda uma acidez de mercúrio “coagitante “ em
mordomia.
A poltrona já gasta seduz, a caldeira aquece e a telefonia afónica leva os
resquícios de mais um dia. A caixa de fósforos já húmida pela geada de nada serve para
aquecer a alma, poupada de encantos e de cenários abrasivos que enfraquecem a pele e
surtam nas mãos como uma lesma pegajosa de cores indiferentes e platônicas.
Um feixe de palha fica a monte na falésia Redonda, onde a mula da Dona
Cristina se aquece e pernoita.
Uma mosca estranha marcha ao vapor das intrigas da
populaça, encoberta em sons agudos mortificados, como preceitos de instrumentalismo se
vagos, que dão origem a um quociente amargo …
A luz torna-se queixume e relíquia de toucador, os vagalumes reiteram o voo,
em ínfima instância xilóide e primaveril.
As arcadas vestem-se de negro e acompanham
a sua serenata de luzes verdes, pontos achados na escuridão sombria…
As flores em
cadeia ressuscitam e trazem pano novo para o piso calejado pelo tempo, as pegadas
gritam fortuna numa orquestra sinfônica onde se estica o pranto.
Entre o carvalho e a acácia o diabo regurgita na sua ode solitária, numa jaula
ocular de temores e de tirania ideológica, que suga, imobiliza e entorpece quem passa.
Rapta o fogo numa porta aberta e semeia-o pelo vento como apanágio de rancores não
filtrados, mas imortalizados numa melodia perdida.
Gritos decoram a sua tela de
amargura, a sua textura e cor lembram o azedo do seu olhar profano, remetido em
fendas que ultrapassam o chão e o consciente mundano.
O ódio sentido é ultrajante, sem caracterização possível ou palavras que lhe
valham a descrição, não cabe nos variados pronomes e adjetivos de um dicionário lírico
normal, a tortura do seu comportamento é um promontório mesclado de agonia que
furta o “Eu” de quem tem mais mania e auto-sincronia…
Imagem retirada da internet: