Afiliados Wook

domingo, 30 de maio de 2021

Código de barras humano

 Ainda hoje me lembro

Da expressão seca de uma pessoa íntima:

"Tudo tem um preço,

Até supostos amigos

E familiares!"

Tal entoação prometia um enxergar

De "olhos" ou talvez um acordar 

Da realidade

Concebida por alguém que não deseja mal....

Visto que a destinatária

Inocente e mais pura

Ficou um pouco escandalizada

Com a intervenção seca e pouco contextualizada

Na conversação!

Ainda hoje fico triste

Face à capitalização

De afectos e sentimentos....


Imagem retirada da internet:



terça-feira, 25 de maio de 2021

Meduse

 Intrusiva, 

Inusitada causa,

Transparente

Essência onde te demoras...

Recordações em jaula,

Prefácios de alma...

Flamejam 

No oitavo acorde de uma orquestra

Sem nome.


Imagem retirada da internet:



quinta-feira, 8 de abril de 2021

Celestial

 Naus de anjos

Perfuram as ondas

Em emboscada de almas,

Mensageiros leais do seu amo

Traçam Missões impossíveis

Combatem com zelo

Contra as potestades

E os seres caídos

Acorrentados pela carne

E pelo ópio dormente 

Que estala entre as frestas

De bosques rancorosos com medo...


Imagem retirada da internet:

sábado, 27 de março de 2021

Seta de orgulho

 

As aparências ofuscam as praças onde a população se exalta e se devora...

O guindaste aprova, e a chaminé calculista envelhece.

A primeira hora reitera na chegada…

A reserva desbota-se num bolor que 

ultrapassa…

Na parelha a trova perfilha,

A teima reprova,

O cuco dá horas!

A camioneta febril desacelera.

O justo desaponta quando a parelha tenciona…

Na jaula o pai indica a mudança de um clima não domável!

A coleção de setas na montra recorda uma acidez de mercúrio “coagitante “ em 

mordomia.

A poltrona já gasta seduz, a caldeira aquece e a telefonia afónica leva os 

resquícios de mais um dia. A caixa de fósforos já húmida pela geada de nada serve para 

aquecer a alma, poupada de encantos e de cenários abrasivos que enfraquecem a pele e 

surtam nas mãos como uma lesma pegajosa de cores indiferentes e platônicas.

Um feixe de palha fica a monte na falésia Redonda, onde a mula da Dona 

Cristina se aquece e pernoita. 

Uma mosca estranha marcha ao vapor das intrigas da 

populaça, encoberta em sons agudos mortificados, como preceitos de instrumentalismo se 

vagos, que dão origem a um quociente amargo … 

A luz torna-se queixume e relíquia de toucador, os vagalumes reiteram o voo, 

em ínfima instância xilóide e primaveril. 

As arcadas vestem-se de negro e acompanham 

a sua serenata de luzes verdes, pontos achados na escuridão sombria… 

As flores em 

cadeia ressuscitam e trazem pano novo para o piso calejado pelo tempo, as pegadas 

gritam fortuna numa orquestra sinfônica onde se estica o pranto.

Entre o carvalho e a acácia o diabo regurgita na sua ode solitária, numa jaula 

ocular de temores e de tirania ideológica, que suga, imobiliza e entorpece quem passa.

Rapta o fogo numa porta aberta e semeia-o pelo vento como apanágio de rancores não 

filtrados, mas imortalizados numa melodia perdida. 

Gritos decoram a sua tela de 

amargura, a sua textura e cor lembram o azedo do seu olhar profano, remetido em 

fendas que ultrapassam o chão e o consciente mundano.

O ódio sentido é ultrajante, sem caracterização possível ou palavras que lhe 

valham a descrição, não cabe nos variados pronomes e adjetivos de um dicionário lírico 

normal, a tortura do seu comportamento é um promontório mesclado de agonia que 

furta o “Eu” de quem tem mais mania e auto-sincronia…


Imagem retirada da internet:



sábado, 20 de março de 2021

Ventus

 Sopra a noroeste,

ondas vibram 

perante uma costa vazia

Acalcam hastes!

Amalfio Veris Sensat!


Imagem retirada da internet: