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domingo, 1 de novembro de 2020

Crisálida

 A sala de tortura,

O seu encanto

Numa decoração densa

E desarmante

Onde a duquesa sádica

Imobiliza a presa,

Escoa—lhe o sangue

E coloca—a sobre a mesa!

O seu alter—ego ordena—lhe

Morte, homicídio, e elixires ecléticos

De um narcisismo puro,

Próprio do rancor abduzido

Por um anjo caído!

Iguarias do seu canibalismo pessoal!

Lambe os lábios diante a emboscada 

De um coração puro e jovem,

Latejante!

Brilha no escuro,

E cega—lhe o particípio passado

Do seu eterno desfecho!

Presa em areias movediças 

Do seu bosque pessoal

Suplica perdão em meio de lágrimas

Que semeiam plantas

Em areia morta, que mata!

Os caçadores contratados

Fogem face à miragem de uma promessa

Profética, que não podem alterar!

A dona ignorância tem charme

Mas mata quem a chama!


Imagem retirada da internet:

Condessa

  ERZSEBET BATHONY (condesa sangrenta)

Colagens

 O Mundo lembra-me as colagens

que tenho à janela do quarto,

arranjo-as por ordem e colo-as

num seguimento numa orientação sem conhecimento...

criativa e não usual...

Num instante tudo se descola

em desfoque

e submete-se à fúria humana 

que inutilmente na sua mesquinhez profana afunda-se...

tal como o piso que se acha seu, mas não pagou para tê-lo!

 

imagem retirada na internet:



Submersa

 Debaixo de Água

vejo tudo tão nitidamente...

O sol por trás de África ilumina-a!

Um território reluzente,

escapa-me do meu leque de visão a cada hora que amanhece...

Passa um barco de grande porte por cima de mim,

a todo a vapor...

Como fosse atacar alguém desconhecido...

O mar nos sonhos parece de outro mundo...

Mais lúcido de uma pureza que só o desígnio de Deus 

mostra para além do futuro! 

 

(Mas subitamente consciente acordo e reparo que África foge-me 

Para lá do tempo e do espaço! (...)

 Como escapasse para outro canto do Mundo! )

imagem retirada na internet:


 


sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Túnel

 Uma chuva de meteoritos

De pretéritos imperfeitos

Resguardados

Bolas de sabão infiltram o meu cotação!

Um túnel longo e estreito

Coloca lascívia ao medo,

Metáfora de um falo decadente!

Ao passar esse falo estreito pé ante pé

Um comboio passa 

Numa velocidade profana

Sem alma que lhe valha!

O instinto é flutuar face à morte!

Trémula encosto à parede

E apalpo o medo!

As 7 vidas já desperdiçadas,

Quantas contam mais neste braço de ferro

Com uma figura negra?

O acre esbate na janela do meu Eu

Sem serem 5 para as 4!

Tens 2 portas!

Qual escolhes?

A do purgatório é apetecível,

Mas enterra-te na hora?!

A do Paraíso não tem hora!

Mas talha-te o modelo 

Do pretérito mais que perfeito

E não tens que te preocupar com nada!

(o Dante deu os ponteiros do eterno enterro,

até a ignorância  lhe foge com o medo ...) 


imagem retirada na internet:



quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Adereços

 Adereços a enfeitar os dedos,

como anfitriões de palácios falassem!

escutas activas que nada fazem...

ajoelham-se para a trama que é real e não ficcionada ...

Uma tela invasiva...

O que é um parasita para um cenário bravo?

Um filme mudo escapa-te sem senão!

Corta-te o chão e o teu Mundo !

Precariedade de quem se acha dono

e nada tem para além de papel verde

em auto-combustão !

É o silogismo do Valha-me Deus perante a afronta!

A renegação dos sentidos 

quando não há vagens!

que amoleçam a queda numa auto-impune consideração!

imagem retirada na internet:



Narcissism

 O fumo esbate na janela!

um vidro onde não se revê 

o teu reflexo...

Está cheio de pegadas!...

Partes o vidro só com um soco!

Tal a ira que transparece num reflexo pouco operativo

de insana altivez num campo de trigo

gasto, seco, mas alto...

As crianças revêem-se em números,

como uma espiga que dá alimento ao vento!

O culto pela imagem prevalece como um vulcão sedento!

O que dizes ao Mar quando te traga num minuto?

As ondas não servem de Espelho monocular 

 ao teu espírito

obsessivo com veias de psicopatia

que lembra uma Nau com as velas rasgadas!

imagem retirada na internet:



 

Encontro

 Tenho um encontro marcado!

Mas não é materializado ou caçador

na geocêntrica alada 

num agasalho perdido...

a metafisica nem a história da ciência 

o alcançam!

Não é detalhado nuns fonemas ou ditongos quaisquer...

Não cabe no teu dialogo de aparências vãs...

que nada dizem, mas ofuscam a mente!

Tal como uma venda que colocas para não enxergar...

Porque ao abrires os olhos vês!

O véu do teatro caí

e a alavanca não distorce mais!


Para além do tempo e do espaço! 

Cada qual no seu galho!

há espaço suficiente neste vale!


imagem retirada na internet: