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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Velho do Restelo

Quero andar com ele,

Com o velho do Restelo,

Paralisar o estaleiro

E recomeçar de novo,

Mergulhar num açoite e vasculhar

A alma não precisa de acento...

Na resposta acalma.

Botão recolhido,

Forte vazio,

Cara temperada

Numa panela de pressão amolada

Repassa o caldo

Para a lareira

Onde as brasas dançam e as cinzas

Renascem sob um balcão de xisto

Quebrado que lembra um jazigo habitual...





Dextra Oca


Sou afortunada sem saber,

Doce alma

Protegida na enseada,

Sem rigor

Ou o percevejo da agonia

Sobeja a arte

Num pluviômetro banido...

A moldura rememorativa

De uns lábios côncavos

De aroma sorridente,

Quente nas alturas

E aflitivo nas tonturas!


Legenda: Fonte da Beira alta


domingo, 31 de janeiro de 2021

Sons Extrapolados

Jogo do telefone estragado!

Enoja—me uma soalheira

Mal feita

Onde a lascívia

E a prateleira abastece—se

De azedos murmúrios arrefece...

Corpos nus frágeis

E amortecidos pelos ódios

Inflamáveis e veiculados

Não ocasionadores, mas adotados como responsáveis.

A irresponsabilidade de um estado 

Que não protege a quadra

Nem a inocência 

Infantil que prega

A vergonha dos grandes...

Um incesto de uma tela

Que rejeita o vigário.


Legenda : Neurónio

sábado, 30 de janeiro de 2021

Crianças em armazém!

 Crianças na latrina...

Cansada de pessoas,

Que nada dizem, só falam!

Vendidas a preço de saldo!

Em montras

De lágrimas

Escolhidas...

Numa peça mal pensada,

Num teatro encolhido

E contaminado!

O mal espreita a cada esquina!

Sem respeito pela inocência,

É nojo em partilha!

Dão me vômitos

Em cada sílaba!



quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Beatitude

 Uma fera com gabinete

De laços e chicotes

Em exposição!

Assola ao meio-dia

E se quebra

Como joio na mão

Para além da sua fidalguia!



terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Valquiria

 A morte sussura...

O ditado assombra!

Num verso sem margem

Encontra...

Nas frestas, um vocábulo

Esquecido,

Mas destemido!



4 chaves

 O passado ficou lá atrás!

Não volto a bater na mesma porta! 

Avancei noutra estrada,

Encerrei a 4 Chaves

O que não me diz nada...



Só transtorno na calçada...

É um estado de amnésia

Deu oportunidade a trapos esquecidos!

Só vejo rostos novos

Os velhos foram arrastados pela lama

Num rio de vingança!